Caros,
Parte de meu trabalho nos meus estudos de mestrado e doutorado giravam ao redor da obra de Paul Ricoeur e a temática das narrativas como construção do si mesmo e a identidade.
Como puderam observar, hoje tenho uma posição bastante crítica com a tradição da hermenêutica filosófica à qual pertencia Ricoeur. No meu ver, em diferentes e sutis desdobramentos, esta corrente brindou as bases filosóficas para a falta de convergência na definição de problemas e de métodos entre as ciências sociais e as ciências naturais. Esta posição foi quase uma bandeira política para muitas escolas e correntes no decorrer do século XX, especialmente radicalizada nas correntes pós-modernas (Derrida, Deleuze), algumas da chamada teoria crítica (Adorno, Marcuse), a sociologia da ciência (Latour, Feyerabend), entre outras.
No meu ver, por razões que excedem este espaço, essa prevenção excessiva com a linguagem e os métodos da ciência, prevenção que é muitas vezes chamada de "crítica" ou "emancipatória" a respeito de uma "epistemologia hegemônica", esconde formas veladas de conservadorismo e elitismo acadêmico.
Eu não sou linguista de formação, por tanto gostaria de começar esta série de discussões com umas primeiras colocações de vocês ao respeito.
Quais consideram vocês é a situação hoje das disciplinas linguísticas em este debate?
É possível que as pesquisas particulares que vocês desenvolvem entrem em contato com os termos de este debate?
Parte de meu trabalho nos meus estudos de mestrado e doutorado giravam ao redor da obra de Paul Ricoeur e a temática das narrativas como construção do si mesmo e a identidade.
Como puderam observar, hoje tenho uma posição bastante crítica com a tradição da hermenêutica filosófica à qual pertencia Ricoeur. No meu ver, em diferentes e sutis desdobramentos, esta corrente brindou as bases filosóficas para a falta de convergência na definição de problemas e de métodos entre as ciências sociais e as ciências naturais. Esta posição foi quase uma bandeira política para muitas escolas e correntes no decorrer do século XX, especialmente radicalizada nas correntes pós-modernas (Derrida, Deleuze), algumas da chamada teoria crítica (Adorno, Marcuse), a sociologia da ciência (Latour, Feyerabend), entre outras.
No meu ver, por razões que excedem este espaço, essa prevenção excessiva com a linguagem e os métodos da ciência, prevenção que é muitas vezes chamada de "crítica" ou "emancipatória" a respeito de uma "epistemologia hegemônica", esconde formas veladas de conservadorismo e elitismo acadêmico.
Eu não sou linguista de formação, por tanto gostaria de começar esta série de discussões com umas primeiras colocações de vocês ao respeito.
Quais consideram vocês é a situação hoje das disciplinas linguísticas em este debate?
É possível que as pesquisas particulares que vocês desenvolvem entrem em contato com os termos de este debate?