1. Perguntas e comentários.

Faremos aqui uma breve ronda de perguntas e comentários.

Boa tarde, pessoa! Eu estou no lugar correto?

Boa tarde pessoal. Acho que está sim, Luísa.

Obrigada!!

Boa tarde a todos. Acho que hoje não nos acompanharão Emerson e Joana pois estão apresentando uma comunicação em um congresso.

Vou direto na matéria. Gostaria de fazer uma primeira rodada de perguntas, comentários e colocações sobre os textos e o vídeo.

Joia!!

Quem quer começar?

Eu tenho uma dúvida com relação ao que seria "différance", este termo está no texto "getting it all wrong" p. 204

É o conceito introduzido por Derrida, segundo o qual, resumo, já que todos os construtos simbólicos referem outros construtos simbólicos e não referentes concretos, por exemplo, os componentes de uma natureza humana, não seria possível fazer enunciados universais e verdadeiros sobre tais entidades. Só podemos correlacionar diferenças semânticas. O que conduz a um deslocamento sem fim do sentido.

Também não entendi isso muito bem.

Desse conceito se desprende a ideia do construtivismo social de que o mundo é um texto, ou é como um texto.

Basicamente, se não temos referentes concretos, objetos aos quais correlacionar enunciados, o problema sobre a verdade ou falsidade desses enunciados se dissolve.

Agora entendi. Professor, tenho uma pergunta, mas é uma pergunta geral sobre a Teoria Evolutiva:
A seleção natural é feita a partir das variações existentes, que por sua vez existem pela recombinação do material genético, certo? Mas a recombinação do material genético é aleatório, certo? Já a seleção natural é algo lógico, como por exemplo, as mariposas que serão mais avistadas por seus predadores irão falecer com facilidade que as mariposas que se camuflam.

Então neste sentido tudo se dá através de diferenças?

E agora?

Desculpa atropelar a discussão, meu computador está meio lento. Pode responder a Luísa, depois você me responde. Perdão.

Sim, Luna, as variações genéticas são aleatórias, ou como alguns gostam de chamar cegas. A seleção pode fazer prevalecer esses traços que se mostraram com maior capacidade adaptativa. Claro, não há nenhuma espécie de mente ou teleologia (uma orientação a algum fim superior) nesse processo.

Luísa, sim. Essa tese desemboca no relativismo cultural e o respeito radical das diferenças e os contextos. Qualquer afirmação é valida, pois é suportada pela rede de significação de cada contexto cultural. Dizer, por exemplo, "a ablação feminina é moralmente rejeitável" séria uma imposição de valores desde outro contexto cultural, como ocidente, às culturas que seguem essa prática.

Entendi, professor. Eu acredito que partindo disso, existem algumas interpretações errôneas da Teoria Evolutiva que se fundamentam na falsa ideia de que o que os fatores relacionados à natureza humana são aleatórios ou tiram a responsabilidade de determinadas ações humanas, por isso algumas linhas teóricas e áreas das ciências humanas, a maioria, voltaram-se para o estudo cultural. Isso se relaciona com o que o senhor disse em relação a asa da direta justificar a superioridade de algumas culturas, por exemplo. Como se essas ações tivessem um fundamento natural, que não é motivado.

Professor, agora fiquei com outra dúvida lendo sua resposta para a Luísa: o relativismo cultural se opõe à asa da esquerda em relação a uma interpretação errônea da Teoria Evolutiva, que coloca os valores ocidentais num patamar evolutivo superior?

Mas não se tenta defender a ideia de uma interação entre biologia e cultura?

Luna, uma das más interpretações, se resume no possível traço determinista da teoria evolutiva. Isto é, Somos o que somos por nossa combinação genética, e esses traços são imodificáveis pela ação humana. Essa ideia, entre outras coisas, negaria a mudança social.

Luísa, a última pergunta faz referência a qual resposta anterior?

Na verdade com relação à teoria evolutiva, existe uma vertente que defende essa interação biologia e cultura, seria isso??

Sim, Luísa. A verdade, é uma constante da teoria evolutiva contemporânea. Praticamente as divergências agora têm mais a ver com o grau de participação da cultura nesse processo. E como se dão os processos de co-evolução genes-cultura.