Teoria social, narrativa e evolução
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Teoria social, narrativa e evolução

Universidade Estadual de Campinas UNICAMPInstituto de Estudos da Linguagem IELForum de discussão para disciplina de Pós-graduação em Lingüística.


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1. Generalidades sobre a primeira sessão. "O problema do sentido"

4 participantes

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(Juan) Ernesto Mora

(Juan) Ernesto Mora
Admin

Luna, efetivamente, parte da montagem desenvolvida por Eisenstein e outros, tem a ver com a produção de uma serie de inferências a partir de uma simplificação sintática das imagens.

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Joana Gomes



Sim, Ernesto. A forma mais natural da língua (falada) do informante, sem monitoramentos. Nas narrativas, ao contarem suas vivências, eles falam mais naturalmente e assim podemos captar o vernáculo do informante e suas variantes na língua.

(Juan) Ernesto Mora

(Juan) Ernesto Mora
Admin

As primeiras perguntas a fazer sobre essa capacidade de fazer inferências sobre ações representadas por personagens em narrativas, é se:

- Ela se dá pela construção narrativa em si mesma?
- Ela depende de capacidades pre-existentes. Linguísticas ou pre-linguísticas?
- Pode se pensar essa capacidade, seja por meio de narrativas ou por outros meios como universal?

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Emerson



O nosso principal interesse, professor, é a forma como o indivíduo realiza (quantitativamente) essas inferências e não o que há por trás delas. Claro que algumas vezes observamos, a partir do exposto pelo entrevistado, algumas variáveis sociais que podem favorecer algum uso linguístico. No meu caso, por exemplo, saber a razão de esse indivíduo ter migrado para outro estado.

(Juan) Ernesto Mora

(Juan) Ernesto Mora
Admin

Emerson,

Você pode dar um exemplo de quais são essas variáveis sociais?

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Luna



Entendi, professor. Sim, a minha ideia é investigar se algumas coisas aparecem em construções discursivas comuns, tanto é que outras coisas serão analisadas, como o jornal do município, por exemplo.

Entendi, isso já entra no debate se a capacidade de atribuição de sentido, de fazer inferências é algo inato ou não, não é? Pode ser uma capacidade inata, mas que se ampliou com a construção de narrativas?

Emerson



Faixa etária, sexo/gênero, nível de escolaridade, tempo de migração, idade que chegou à comunidade anfitriã, razões pelas quais o indivíduo migrou.

(Juan) Ernesto Mora

(Juan) Ernesto Mora
Admin

Luna, sim esse é o debate central. Se a atribuição de sentido pre-existe à traços culturais, discursivos.

Se essa pre-existência como capacidade se estende à formação de narrativas.

Se as narrativas são apenas produtos culturais que se favorecem dessa capacidade pre-existente

Ou

Se, finalmente, a capacidade de atribuição de sentido, especialmente, no referente a altas operações cognitivas como inferir intenções e desejos, é um resultado de uma prática cultural, habiltada pelo hábito de narrar.

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(Juan) Ernesto Mora

(Juan) Ernesto Mora
Admin

Isto é, a opção final, se ambas, a atribuição de sentido e as narrativas são produtos culturais.

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(Juan) Ernesto Mora

(Juan) Ernesto Mora
Admin

Emerson,

No caso da variável, razões para a migração. Essas razões são explicitadas nos relatos dos participantes? ou são deduzidas pelo entrevistador?

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Luna



Professor, tenho um comentário, mas não sei se isso entra no tópico 3, mas acredito que já entramos talvez, né? Em relação aos textos de Boyd e Hutto, acredito que eles se opõem totalmente, inclusive fazem usos opostos de argumentos parecidos: enquanto Boyd afirma que a capacidade de compreensão de estados mentais (Teoria da Mente) é inata exatamente porque o ser humano passou a se importar mais com o outro (por isso tal capacidade está num patamar mais alto no ser humano em relação aos animais), já Hutto afirma que a dificuldade de entender que o outro pensa de modo distinto (comprovado nos resultados dos experimentos apresentados nos três textos) é justamente uma consequência da capacidade de atribuição de sentido, que por sua vez, deriva de um treinamento social (narrativas), o que ele chamou da ênfase na narrativa na página 35, estou certa?

Joana Gomes



"Se, finalmente, a capacidade de atribuição de sentido, especialmente, no referente a altas operações cognitivas como inferir intenções e desejos, é um resultado de uma prática cultural, habilitada pelo hábito de narrar." Essas indagações são os pontos centrais dos textos que lemos, certo?!

Emerson



São explicitadas pelo entrevistado. Contudo elas são reduzidas a variantes como, por exemplo, "para estudar", "melhor condição de vida", "porque alguém próximo migrou" etc.

(Juan) Ernesto Mora

(Juan) Ernesto Mora
Admin

Entendo, Emerson.

Essas razões, finalmente, são explicitadas por demandas específicas do pesquisador, ou vão se desdobrando nos relatos?

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(Juan) Ernesto Mora

(Juan) Ernesto Mora
Admin

Joana e Luna, sim, são os pontos centrais das leituras.
podemos deixa-los um momento para passar ao segundo tópico.

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(Juan) Ernesto Mora

(Juan) Ernesto Mora
Admin

Emerson, faço estas perguntas, porque uma das tésis centrais de Hutto é que, por meio de narrações, interpretamos as ações como razões.

Sequências de ações, estabelecem um tipo de correlação que tendemos a associar como se fosse causal. Sendo assim, ações precedentes, por exemplo, servem como "razões explicativas" para ações posteriores.

Porém, claro está, esta operação não é parte de uma metodologia do investigador, mas de um tipo de operação mental dos indivíduos, chamada por Hutto Psychologia Folk.

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Joana Gomes



Complementando o que foi dito por Luna, não apenas a dificuldade de entender, mas também a necessidade de ser entendido fez com que o ser humano passasse atribuir sentido aos acontecimentos, mostrando que a cultura e os papeias sociais têm um papel fundamental no pensamento humano. É através das relações socioculturais que se constituem o funcionamento da mente humana . Sem a cultura e a relações sociais seria difícil construir uma narrativa. Certo, professor?

Emerson



Normalmente, são demandas do pesquisador. Previamente, é criado um roteiro que possa fazer com que o indivíduo faça uso de determinados aspectos linguísticos. Por exemplo, se quisermos analisar a realização do futuro verbal, questionaríamos algo que eles farão em um tempo mais próximo ou mais distante. Nesse resposta, poderíamos obter as formas "vou fazer" ou "farei".

(Juan) Ernesto Mora

(Juan) Ernesto Mora
Admin

Entendo, Emerson. Vou pensar nisso.

vou pedi-lhes de passar ao segundo tópico, marcando o link correspondente.

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Emerson



Entendi, professor!

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