Teoria social, narrativa e evolução
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Teoria social, narrativa e evolução

Universidade Estadual de Campinas UNICAMPInstituto de Estudos da Linguagem IELForum de discussão para disciplina de Pós-graduação em Lingüística.


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3. Revisão da tese da cultura como adaptação.

3 participantes

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(Juan) Ernesto Mora

(Juan) Ernesto Mora
Admin

A tese proposta por Richerson e Boyd de que a capacidade de ter uma cultura cumulativa que permite à espécie humana se adaptar a um rango enorme de entornos, tem uma decisiva base cultural e não somente cognitiva, parece solucionar em parte muitos dos debates em torno ao herdado e adquirido.

Por exemplo, o debate da sessão passada entre o que foi primeiro a prática cultural de contar histórias ou uma teoria da mente de base genética.

Como entendem vocês essa tese? Ela pode brindar alguns insumos nas discussões sobre adquisição, uso da língua e apelação ao contexto nas discussões entre escolas linguísticas?

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Luna



Bom, pensei uma coisa aqui, mas posso estar errada: acredito que a cultura acumulativa está em paralelo com a aquisição da linguagem talvez? É como se os filhos "imitassem" os pais e posteriormente seus colegas de escola e outras pessoas com quem pode interagir. Ao adquirir a língua, ela pode ir se modificando ao longo da vida, seja por causa das inúmeras interações que se têm ao longo da vida, seja por questões estruturais da língua (evolução da língua); a isso podemos pensar que seria um acúmulo de cultura que vai modificando a língua com o passar o tempo gradativamente. Não sei se ficou confuso ou se não faz muito sentido.

Luísa Haddad Labello



Pensei na questão de novos usos linguísticos, até mesmo na questão de gírias, se pensarmos que a cultura acumulativa permite inovações acrescentadas sobre um mesmo sistema, conforme o professor ressaltou na vídeo-aula.

Luna



Concordo com a Luísa, é uma boa relação.

(Juan) Ernesto Mora

(Juan) Ernesto Mora
Admin

Faz sentido, para mim. Uma pergunta de leigo. Isso é obvio para certas escolas linguísticas ou pode trazer novos insumos. Como se entende os processos de aquisição de uma segunda lingua para determinado grupo populacional.

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(Juan) Ernesto Mora

(Juan) Ernesto Mora
Admin

Pode se pensar a aquisição de gírias, por exemplo, como mecanismos para ampliar a efetividade de determinados comportamentos a entornos mais amplos?

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Luna



Eu nunca havia pensado como foram de ampliar a efetividade de algo, acho que na linguística qualquer ideia ligada a uso de determinada variável para efetivar ou facilitar algo é normalmente rechaçada, pois existem variações/mudanças que não seguem essa lógica, mas agora fiquei pensado nisso.

Luísa Haddad Labello



Eu acredito que é possível pensar desta forma sim!! Você pode fazer o uso de novas formas linguísticas para se firmar diante de determinado grupo, por exemplo.

(Juan) Ernesto Mora

(Juan) Ernesto Mora
Admin

E como vocês vem a ideia de um aprendizagem seletivo que mistura imitação e produção de variações em termos de adaptação não de indivíduos, mas de populações ou grupos? Isto é, a ideia de que uma população que pode misturar ambos tipos de aprendizados pode ter melhor resposta a mudanças nos entornos sociais. Penso, por exemplo, em populações que tem se acostumado como altos fluxos migratórios.

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Luna



Sim, nesse sentido acho que é muito plausível. Acho que agora entendi melhor a colocação. A mudança linguística com certeza está relacionada com a questão da identidade dos falantes.

Luna



Professor, não entendi muito bem o exemplo.

(Juan) Ernesto Mora

(Juan) Ernesto Mora
Admin

Luna, podemos seguir pensando nisso. Claro, tem que se aclara melhor, de minha parte, a noção de efetividade.

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Luísa Haddad Labello



Acho essa uma questão muito importante, pois a população realmente é forçada a se adaptar. Além do mais, envolve uma mistura de línguas, um determinado grupo tem que aprender aquela que não é sua língua materna...

Luna



Entendi. É que sempre que penso na questão da linguagem, parece sempre uma questão de imitação, porque a língua é passada para as próximas gerações, como se fosse uma imitação. Não consigo ver como ela pode ser produzida diretamente do meio, não sei se ficou clara a minha dúvida.

(Juan) Ernesto Mora

(Juan) Ernesto Mora
Admin

Luna, penso assim o exemplo. Seria a ideia de que sociedades que têm maior habituação com certo tipo de mudanças linguísticas, se tem maior flexibilidade nesse aspecto, podem ter melhor resposta, por exemplo, no caso em que se apresentem fluxos massivos repentinos de população. Por exemplo, a chegada de haitianos em São Paulo ou outras regiões. Se lidam melhor com isso. Não sei se faz sentido para vocês essa pergunta.

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Luísa Haddad Labello



Mas e se pensarmos na questão de estrangeiros, por exemplo, que chegam no país e precisam aprender uma nova língua?

Luísa Haddad Labello



Você está pensando, por exemplo, em lugares que têm mais resistência para mudanças do que outros?

(Juan) Ernesto Mora

(Juan) Ernesto Mora
Admin

Luna, o que diz o modelo é que a produção de informação se faz com base em desenhos anteriores, não de zero. Mas, imagino que o surgimento de um novo vocabulário, por exemplo, pode ser feito por falantes singulares tomando informação do meio. Por exemplo, o uso de termos da informática em outros contextos.

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(Juan) Ernesto Mora

(Juan) Ernesto Mora
Admin

Sim, Luísa, penso em isso. Em comunidades mais fechadas, inclusive na língua.

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Luna



Ah sim, faz sentido. Agora entendi. É verdade.
Nunca havia pensando nisso. Se for em relação a ter mais resistência, pode ser que tenha sentido, pois a questão da resistência à mudança pode estar relacionada com a quantidade de fluxos migratórios sim. Na verdade é uma coisa que sempre me pergunto, porque é difícil examinar uma comunidade que seja tão fechada, gostaria de saber como se dá a mudança linguística em lugares que o fator do contato é baixo para comprar.

(Juan) Ernesto Mora

(Juan) Ernesto Mora
Admin

Luísa, não entendi bem a pergunta com relação aos estrangeiros. Isto é, na resistência para a mudança dos estrangeiros?

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Luísa Haddad Labello



Aí tem uma outra questão interessante de contato linguístico!

(Juan) Ernesto Mora

(Juan) Ernesto Mora
Admin

Interessante, Luna. Vou pensar nisso também.

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(Juan) Ernesto Mora

(Juan) Ernesto Mora
Admin

Luísa, Como é essa questão?

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Luna



Talvez tenha algum trabalho com línguas indígenas no Brasil, por exemplo, com uma comunidade mais fechada que possa revelar algumas coisas, não sei, mas nunca fui atrás disso, mas seria legal pensar nessa questão.

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